Não bastasse a derrota de ontem, para o Lanús, uma nova polêmica gira em torno do São Paulo. Um assunto que muitos de nós, torcedores debatemos com uma certa frequência.
O São Paulo FC, para nós, é o time, mas para os sócios que lá frequentam ele é mais do que um time, é um local para se fazer novos amigos, cuidar da saúde e socializar. Um local para que as pessoas vão para relaxar e renovar as energias.
Clube é importante
Eu fui sócio do EC Banespa, por mais de 25 anos, pois meu pai trabalhou e se aposentou no extinto Banespa. Era um clube muito legal de ir, campos, quadras e piscina. Por uma tempo, o Baile do Hawaí era o melhor de São Paulo, os ingressos eram vendidos com meses de antecedência, as festas era muito legais. Uma grande época para o clube.
Hoje, para ir ao trabalho passo em frente ao clube e vejo ele cada vez mais detonado e abandonado. Não se vê mais ninguém nas quadras, no campo ou andando pela trilha cheia de árvores. E não é por causa do Covid-19!!!
Isso acontece há anos, pois passo por ali com grande freqüência desde 2015. Ouço amigos que foram sócios dizendo que o clube está às moscas. E isso é possível ver da rua.
Por mais que nunca tenha sido sócio do São Paulo, e isso se deve a distância do clube para a minha casa e minha agenda doida de aulas, palestras, reuniões, livros, trabalhos e viagens, seria muito triste ver o patrimônio do meu time de coração no estado que eu vejo o EC Banespa, que também tem um espaço no meu coração.
Por muitos anos, eu joguei futebol pelo clube, ganhei medalha ao pegar 2 penaltis em uma decisão, vi moleques do vôlei, que tomávamos Coca-Cola no mesmo bar se tornarem os homens que trouxeram uma medalha em 1992. Sim, eu acompanhei de perto esses moleques se tornando gigantes do vôlei, como Tande, Maurício, Giovani e Marcelo Negrão!
Origem do Clube São Paulo
Como todos sabem, na década de 40 e 50, quando o projeto do Morumbi, estádio, começou a ser pensado, Cícero Pompeu de Toledo dizia que se fosse para construir uma casa para o São Paulo, que fosse a maior de todas.
O time estava começando e o dinheiro para construir o Morumbi era altíssimo. Algumas ações foram feitas, entre elas, a construção do clube, que foi lançado para arrecadar dinheiro para a construção do nosso estádio, que viria a se tornar, por muitos anos, o maior estádio particular do mundo.
Na década de 60, 70 e 80, as pessoas se tornaram sócias para custear o futebol. Além das famosas Cadeiras Cativas, as pessoas compravam títulos do clube para ajudar financeiramente a realização do sonho, do São Paulo ter a sua casa, ou seja, o futebol deve muito a área social.
A polêmica dos 5%
Eu sou libriano, portanto, sou uma pessoa que preza pela justiça. Esse meu blog não tem nenhum patrocínio de candidato, é um espaço somente meu para eu expor as minhas opiniões.
Não escondo de ninguém que eu torço para que Julio Casares ganhe as eleições, não apenas por acreditar nele, mas por ter a certeza – e em cada entrevista fica mais claro – que Roberto Natel está bem longe de estar preparado para assumir a presidência do São Paulo.
O vídeo da polêmica
Está rodando um vídeo hoje, em que um conselheiro diz que há um plano de repassar 5% dos contratos do clube para o social, entretanto, a palavra “Extra” está sendo deixada de lado, o que não pode, pois ela faz toda a diferença nessa discussão. Explico abaixo.
Proposta de Julio Casares
A proposta do candidato Júlio Casares, apresentada em Junho de 2020, quer separar administrativamente o social do futebol, justamente para equacionar e poder gastar toda a energia com o futebol.
Segundo a proposta, deve-se tirar 5% extra dos contratos futuros e repassar a área social. A palavra “extra” passou desapercebida e talvez isso cause o problema. O Julio não propõe tirar 5% dos patrocínios do time, ele propõe ter um valor extra dos patrocínios para a área social.
Por exemplo
O São Paulo fechou um contrato de R$ 1.000.000,00 para uma ação de um mês na camisa. A empresa pagará R$ 1.050.000,00, pois R$ 50.000,00 irá para a área social. Entende como a palavra extra faz toda a diferença no debate? O valor acordado para o futebol fica intacto. O social ganhará 5% sem mexer no futebol. Simples assim.
Separação gradual
Na proposta do Julio Casares, ele deixa bem claro, que é uma separação gradual, inclusive ele fala isso em vídeos que circulam diariamente nas Redes Sociais. Basta entrar nos perfis dele no Twitter ou Instagram que está tudo lá.
Quero deixar claro que nesse blog, não tem nenhuma informação privilegiada, apenas colho o que está disponível na internet e crio a minha opinião embasada em pesquisas e dados, afinal, eu faço isso diariamente com os clientes da minha empresa, nenhuma decisão é tomada sem estudos, análises, embasamentos e dados. E para escrever aqui, sigo o mesmo pensamento.
Julio diz que “a separação jurídica e tributária tem complicações até patrimoniais. O que faremos é uma separação de gestão, dando autonomia da área social e com isso, damos o primeiro passo para a separação na gestão, focando mais no futebol profissional e de base. A área social terá sua gestão autônoma com o orçamento garantido e autonomia dos gestores”.
Entenderam que a separação é de gestão com autonomia? Além disso, Julio diz que o social será comando por pessoas competentes e não remuneradas, que amam o Sao Paulo, com isso, Julio Casares e seu time olham muito mais para o futebol, mirando títulos.
Portanto, torcedores, podemos ficar calmos, pois o Julio Casares quer levar o São Paulo para o local de onde nunca deveríamos ter saído: do topo! Porém, ele quer iisso sem perder a valorização do patrimônio do time, o Clube, e valorizando ainda mais o futebol do São Paulo, a quem nos deu tantas alegrias no passado e voltará a nos dar tantas alegrias no futuro.
Por fim, com a palavra o próprio Julio Casares!