Bola na área é um tormento na defesa do São Paulo. Impressionante como entra ano, sai ano, muda jogador, goleiro, treinador e o problema persiste: bola alta na área tricolor tem sempre chance de sair gol do adversário. Isso incomoda demais!
No jogo contra o RebBull Bragantino foi apenas mais um exemplo, que acabou nos levando ao nervosismo. Estávamos ganhando o jogo, o time bem, sofrendo pouco com o ataque de um dos melhores times do campeonato.
Era uma noite para a nossa primeira vitória e retomar a confiança do time e dar sequência ao bom trabalho que Crespo vinha fazendo, porém tudo foi embora, quando uma bola foi lançada na área. Pronto! Empate dos caras, que cresceram na partida, enquanto, nós diminuímos.
Resultado disso, você já sabe, o RedBull Bragantino virou o jogo, mais uma derrota e mais um jogo par ampliar o pior início do São Paulo na história do Brasileirão.
Sem Miranda, pioramos
Defesa sem Miranda não é defesa. Não há dúvidas de que Miranda está entre os 10 maiores zagueiros que vestiram o manto sagrado tricolor!
Ele não é mais o mesmo do seu começo no São Paulo, mas ainda é um excelente zagueiro, sem dúvida, o melhor que atua no Brasil. Tomamos muitos gols sem a sua elegância, experiência e categoria em campo, mas a sua volta, ao time titular, parecia que traria a estabilidade necessária.
Diego Costa ainda está muito abaixo do esperado e Rodrigo também. Bruno Alves caiu muito de produção, ainda mais quando ele joga ao lado dos meninos da base, por isso, o título Bola na área é um tormento pois quando Miranda e Arboleda não estão é um “Deus nos acuda”.
Com isso, Miranda ganha ainda mais importância na defesa, ao lado de Arboleda, que quando focado é um grande reforço na defesa.
Sem Luan, ainda pior
Nosso volante traz outra estabilidade São time. Sem dúvida, a volta dele, Miranda e Arboleda vai reforçar demais a defesa, vamos tomar menos gols, e a confiança voltará ao Morumbi.
Para alguns, Luan tem sido o melhor jogador do São Paulo, não acho o melhor, mas com certeza, entre os 3 está, ao lado de Miranda. Benitez e Rigoni estão indo muito bem, os outros abaixo do que esperamos, o que é prejudicial para o nosso São Paulo, precisamos que todos estejam a fim de jogar e voltar a se entregar como foi no Paulistão.
Não é possível ser normal o que está ocorrendo no São Paulo, vamos ver hoje, se a bronca do presidente ao lado do Crespo no elenco tenha algum efeito, o problema, é que vergonha na cara 1% dos jogadores, em geral, tem.
Jogadores não são máquinas
Quem jogou bola sabe, que o meio de campo e o ataque perdem a confiança na defesa quando essa falha. Começam vir as brigas internas, os atacantes começam a voltar mais para marcar por vontade própria, e também, a pedido do técnico.
E qual a consequência disso? O poder ofensivo do time se perde. A volta do meio e ataque para ajudar na defesa tira o poder ofensivo.
É meio óbvio isso, mas os analistas de YouTube não percebem. Quando o time está todo atrás, demora mais para chegar à frente. Quem jogou bola, mesmo que de forma amadora na escola, clube, rua, prédio, faculdade, condomínio onde tinha casa de veraneio sabe: jogadores são seres humanos.
Quero dizer que se o Éder, Luciano, Rojas, Rigoni ou qualquer que seja o atacante, estiver na defesa será complicado ajudar o ataque.
Isso porque nenhum ser humano tem a velocidade de um guepardo para correr o campo todo para armar o contra ataque, correr 100m em 3 segundos!
Isso é muito óbvio, mas o futebol de resultado, do 1×0 é goleada, do técnico mantendo o emprego trouxe o Brasil até aqui.
O 7×1 era só o começo. E não nos enganemos se vier a Taça da Copa América.
O que fazer?
Está bem complicado ver a defesa tomando tanto gol, tirando a confiança do time e da torcida.
Sempre achei que o São Paulo poderia inovar e trazer treinadores para cada setor, assim como tem um preparador só para goleiros. Essa ideia não é tirar o Crespo e colocar um monte de cara dando palpites, mas sim, aprimorar técnica deixando Crespo pensando apenas na estratégia do jogo.
Por exemplo, porque Oscar e/ou Dario Pereira não poderiam treinar especificamente a defesa?Posicionamento, saída de bola, jogo aéreo, antecipação. Esses monstros sabem tudo sobre isso, e bola na área é um tormento seria uma frase passageira.
Por que não trazer Careca e Muller para treinar o ataque? Pita e Alemão para treinar o meio de campo? Seria ótimo.
Pegaria desde a molecada da base, treinos pela manhã de fundamentos e melhorias. Manhã time titular, tarde time da base, sub-20, 17 e 15. Desde o começo da carreira, preparando craques. Em alguns meses sentiríamos a diferença.
De tarde, Crespo faria os treinos táticos, logo, pela manhã ele poderia estudar os jogos, ver melhorias e estudar adversário.
Crespo já tem um mentor ao seu lado, é o melhor possível: Muricy Ramalho! Amplia isso para o time, seria benéfico!
Bola na área é um tormento
E isso precisa acabar! Treinos específicos quer seja com ex-jogadores ou não precisam ser mais intensos, como está, não é o suficiente.
Os jogadores tem que estar mais ligados. Cabe ao Volpi orientar mais a defesa. Esse é um papel importante do goleiro, gritar e manter a defesa sempre atenta, e enquanto o time do São Paulo estiver no ataque, conversar e alinhar todos da defesa.
Telê Santana como técnico, faria esses caras treinar das 8h as 20h, de 2a a domingo e se reclamasse era afastado! Poderia ser Daniel Alves, Benítez, Miranda, Diego Costa, quem fosse, Telê não baixava a bola para ninguém, além que na sua época a frase “bola na área é um tormento” não existia.
Você sabia que Muller – genial jogador – quase não foi para o Japão em 1993, mas essa é uma outra história, que você pode achar no livro “Ao mestre com carinho. O São Paulo FC de Telê”.
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