Calleri nasceu para jogar no São Paulo. É com essa frase, dita pelo meu querido amigo André que começo esse artigo sobre o nosso camisa 9, um jogador que por algum tempo sofremos ao ver um perna de pau com essa camisa que tantos craques vestiram a camisa do nosso glorioso São Paulo FC.
Agora temos um verdadeiro camisa 9. Não comparando os jogadores, mas finalmente podemos contar com um centroavante como já contamos em outras épocas de Gino Orlando, Leônidas da Silva, Serginho Chulapa, Careca, França, Adriano, Luís Fabiano entre outros. Deixa eu reforçar: não estou comparando nenhum jogador com outro, apenas dizendo que temos, mais uma vez, um camisa 9 de verdade!
Nem todo o time precisa de um 9 para ser um sucesso. Vocês lembram quem era o camisa 9 da era Telê? Palhinha, que de centroavante não tinha nada, até porque Telê, no São Paulo jogou com centroavante apenas em 1995 quando Bentinho veio da Portuguesa para o tricolor e foi um goleador!
Ah Pablo…
De quem foi a brilhante ideia de pagar quase 30 milhões de reais em um jogador que fez bons 3 meses de uma temporada? Reforço o “bons” e nunca o excelente!! Pablo, se em algum momento tivesse sido eleito o melhor jogador do Brasil, mesmo que por algumas semanas, poderíamos até aceitar o valor, mas nunca o foi!
Tem coisas no futebol que a gente sabe o motivo, mas não tem como provar, então é melhor não dizer nada, mas quem é inteligente sabe os motivos que fazem os times, em geral, contratar esses “pé de rato” a preços absurdos, pagando salários absurdos. Como sempre digo, o 7X1 foi só o começo da decadência do futebol brasileiro.
Toda a vez que eu vejo o Calleri fazendo gols eu me lembro do gol que o Pablo perdeu na Libertadores do ano passado contra o Palmeiras! Não vou superar tão cedo esse trauma, podem ter certeza!
Alguém duvida que o Calleri teria guardado esse gol e que passaríamos de fase para disputar, quem sabe, uma final de Libertadores? Se íamos vencer ou não, seria outra história, mas estaríamos na final! Seria a 7a final, lembrando que temos 50% de aproveitamento em finais de Libertadores.
Pablo nem dominar uma bola sabe! Eu o comparo ele a aquele cara que na pelada a gente chama só para ter mais um na quadra para dividir o aluguel da mesma, mas também é o que nunca falta! Vem sempre com a chuteira mais cara, a camisa origina e nova de algum time do exterior, usa caneleira e meião profissional. A pose é de craque, o futebol está anos luz disso. Esse é o Pablo.
Calleri nasceu para jogar no São Paulo
Alguém ainda dúvida disso? Acredito que apenas os analistas de YouTube ainda duvidam, mas esses, a gente apenas reposta as asneiras proferidas para aquele momento de diversão nas Redes Sociais. Percebam que os críticos de Calleri serão sempre os fãs de Reinaldo.
E isso explica muita coisa, não? No meu Twitter, onde eu só falo de futebol, tenho uma regra: defendeu Reinaldo, é block ! E sem dó! Não se colocar “eu entendo de futebol” e “sou fã do Reinaldo” na mesma frase.
Analisando o histórico do Calleri, voltemos ao assunto que nos dá alegria, essa frase se faz ainda mais verdadeira: Calleri nasceu para jogar no São Paulo. Nascido em 23/09, olha que coincidência, no mesmo dia de um outro craque e ambos estão na foto ao lado.
Quando ele chegou ao São Paulo, havia feito um bom campeonato argentino pelo Boca Juniors, mostrava um potencial enorme de bom futebol. Não seria, como não é, um craque, mas sim um jogador eficiente! Aos 22 anos, em 2015, ele marcou um goláço de cobertura contra o Quilmes, em La Bombonera – estádio do Boca Juniors – que chamou muito atenção dos grandes times, o que chamou a atenção do Deportivo Maldonado que o comprou junto a um grupo de empresários, e é ai que ele erra na carreira, como veremos mais a frente.
Na sua primeira passagem pelo São Paulo, em 2016, Calleri mostrou esse potencial! Um golaço na estreia e na Libertadores, contra o César Vallejo. Não é para qualquer um e nem todos tem essa personalidade, de fazer um gol por cobertura na sua estréia. No jogo seguinte ele fez 2 gols contra o Água Santa e foi o suficiente para cair nas graças da torcida.
E não foi difícil se tornar ídolo momentâneo da torcida, fez gols, lutou, deu passe e nos ajudou a avançar na Libertadores fazendo decisivos gols contra o River Plate, principal rival do seu Boca Juniors; além disso, o Brasil há tempos sofre com carência de ídolos e pela fase que o time estava sem títulos importantes e sem boas apresentações nos últimos anos – com uma quase descida a série B em 2013 se não fosse o genial Muricy – Calleri representava a esperança da torcida por dias melhores, e eles quase vieram se tivéssemos sido roubados na semifinal daquela Libertadores.
A média de Calleri na sua primeira passagem foi impressionante: 31 partidas e marcou 16 gols, 0,8 gols por jogo em média, e com gols importantes como os já citados contra o River Plate. Em Julho de 2016 ele se apresentou a Seleção Olímpica da Argentina e não mais atuaria no São Paulo, o West Ham, da Inglaterra, era seu próximo destino.
Na Europa…
Depois te ter jogado em 2 gigantes da América do Sul, Calleri foi jogar no modesto West Ham; imagina um jogador ter jogado no Real Madrid e no Milan e depois vir pra o Brasil jogar no Ituano. Foi a mesma coisa com o argentino. Não ficou nem um ano e depois de apenas 1 gol em 19 partidas, foi dispensado no clube inglês, o que acendeu a esperança tricolor para a sua volta, mas seus “donos” o queriam na Europa acreditando que com 23 anos ele tinha muito espaço por lá.
Após 3 meses de dispensa do clube inglês, a Espanha foi sua nova casa, agora no Las Palmas, um time com o mesmo poder de ser campeão espanhol que o Ceará tem no Brasil; lá foram 12 gols em 41 jogos, um desempenho melhor que na Inglaterra. As atuações e gols chamaram a atenção do Alavés e depois do Espanyol ambos times modestos da Espanha.
Calleri dividiu a torcida. Por um lado tinha as “viúvas” do Calleri que o pediam de volta ao São Paulo toda a semana, mesmo sabendo isso ser impossível, do outro lado, a torcida P da vida – como eu – que entendia que o cara preferia trocar um gigante do futebol, o nosso São Paulo, por times modestos e pequenos da Europa, mesmo entendendo que isso era uma estratégia dos seus “donos” para tentar cavar uma vaga para ele em uma potencia da Europa, já que ele tinha jogado em 2 potencias na América do Sul.
“Ainnnn mas você criticou ele…”
Sim! O fiz! Não propriamente ele, mas sim os “donos” dele. Toda a vez que surgia a notícia da sua volta, a torcida se empolgava, mas seus “donos” preferiam colocar ele em pequenos times da Europa, apenas para manter o cara no velho continente, indo contra a vontade do argentino, que desejava voltar ao tricolor.
Isso irritava, e muito, ao menos a mim, que via que o cara não queria estar na Europa, ele queria estar no São Paulo, time que o acolheu muito bem e ele retribuiu. Time em que ele é ídolo, não está – ainda – na história dos maiores ídolos do clube, mas momentaneamente , ou seja, para esse momento é o cara que mais leva torcida aos jogos, é o nome mais gritado e festejado pela torcida, é o que tem a música que a torcida ama cantar…
“O ô, ôôô… toca no Calleri que é gooool”
E como gritamos isso no jogo contra o Corinthians em que o argentino fez o gol aos 52 segundos de jogo, lembrando que no fim de 2021, no mesmo Morumbi, o São Paulo venceu por 1X0 o time do Parque São Jorge com gol dele! Desde a sua reestreia no São Paulo, em Setembro de 2021, Calleri marcou 10 gols em 26 partidas pelo Clube, uma média muito interessante e que nós torcedores, esperamos que ele a mantenha.
E que outros gols como esse contra o Água Santa, possa ser repetido outras vezes, pois toda a vez que eu vejo esse gol, arrepia! Que venham gols assim contra Palmeiras, Corinthians, River, Boca, Olimpia e por que não, sonhar com gols contra o Bayern, Milan, Barcelona, Manchester City ou Real Madrid e uma possível final de mundial em 2023?
Para a nossa total alegria Calleri está de volta. Até o fim desse ano, 2022, teremos o argentino com a camisa 9 marcando seus gols e nos ajudando. Até o momento, Calleri tem 5 gols (escrevo esse artigo antes do jogo contra o Palmeiras hoje de noite), sendo 1 na derrota para o Guarani, 1 na derrota para o RedBull Bragantino, o gol da vitória frente a Ponte Preta, o gol da vitória contra o Água Santa de bicicleta e contra o Corinthians, logo, dos 17 pontos que o São Paulo tem, 9 podemos creditar ao Calleri, é isso que esperamos de um camisa 9, ele não é craque, mas é efetivo, aliás milhões de vezes mais efetivo que nosso antigo “falso 9“.
Publicitário, apaixonado por planejamento digital. Começou a carreira, em 2001, atuando como redator publicitário, passando, em 2003 para a área de planejamento digital, onde atua até hoje, sendo reconhecido como um dos grandes nomes do mercado no Brasil.