E se Telê estivesse vivo? Essa é uma das perguntas que eu mais respondo, principalmente quando o São Paulo perde ou quando vemos algum jogador perna de pau em campo. Reinaldo, Vitor Bueno e Pablo, com Telê iriam no CT pegar autógrafo.E olhe lá! Com ele no comando, nem viriam para o tricolor.
Passa pela cabeça de vocês, uma coletiva de imprensa, com todos os veículos no CT do São Paulo, entra Telê e diz “Bem, o nosso objetivo é o G4…”. Pela minha não!!!
Passa pela visão de vocês, ainda mais quem teve, como eu, a honra de viver os gloriosos anos do mestre no banco de reservas, ver Reinaldo tentando 10 cruzamentos por jogo, errando todos, e no treino do dia seguinte, ele estar dando risada com o pessoal? Alguém pode imaginar Pablo não treinando 200 chutes por dia, depois do treinamento? Bem, para mim, também essa imagem, se Telê estivesse no banco reservas, é impossível!
Telê sabia que a perfeição era impossível, mas que era possível chegar próximo a ela.
Telê, o amante do futebol
Em 2006, o mundo perdeu o maior técnico de todos. Telê Santana não fez bom trabalho apenas no São Paulo, aqui, ele fez a sua obra prima, mas ele mudou a cara do futebol, mostrou como poderia se jogar bonito, para frente e ganhando títulos.
Hoje, Mano, Tite, Carille, Celso Roth teriam matado de desgosto o mestre, que odiava muitas coisas, entre elas, a retranca que a escola gaúcha de técnicos impõe. Ponto para o Renato Gaúcho, que está mudando isso, para o bem do futebol. Precisa vir técnicos de fora para aplicar o que Telê, desde 1970 pregou!
Telê, hoje é uma lembrança, mas se ele tivesse feito no Corinthians ou Flamengo o que fez no São Paulo, seria endeusado pela imprensa nojenta que permeia o jornalismo esportivo, salvo raras exceções. Em 2006, o Brasil não perdeu apenas o maior técnico do mundo, perdeu a referência do futebol arte e abriu espaço para o futebol retranca, o que esses jornalistas que não sabem se a bola é redonda amam, mas claro, o timeco deles, ganhou títulos nesse futebolzinho do tamanho do time: pequeno e covarde.
Telê era muito bravo
E com razão. Imagino o “menino Ney” nas mãos de Telê, daria dó do menino.
Claro que as Redes Sociais iriam detonar o mestre, em prol da celebridade Ney, ele ficaria p da vida, mas não mudaria em nada a sua forma de pensar. Quantos jornalistas tentaram, até Jô Soares, na sua época de comediante, fazia quadros ironizando o mestre, mas esse nunca se abalou, sempre foi fiel ao que acreditava.
Teimoso e dono de uma personalidade firme, Telê não mudaria seu jeito de pensar porque um mimado queria. Imagino a eterna promessa Robinho nas mãos de Telê, ou se comportava ou iria embora, bem, o tempo está mostrando o que esse Bobinho, como eu o chamo, realmente é…
Jogador poderia derrubar o mestre?
Sim, houve, e no São Paulo, mas na década de 70. O problema é que Telê bateu de frente não com o craque do time, mas com talvez um dos maiores jogadores do mundo na época, Pedro Rocha, o uruguaio que tanto honrou nossa camisa, era um gênio. Para quem acha que o Neymarketing é jogador, não viu Pedro Rocha em campo.
Hoje talvez conseguissem, afinal, Telê não faria parte de nenhuma panela. Com ele, jogadores paneleiros não teriam sucesso, ele destruiria os grupinhos, antes que esse o destruíssem, ainda mais com Redes Sociais hoje, onde jogador é uma porcaria em campo, mas vai chorar nas Redes Sociais e um bando de torcedor retardado vai atrás do cara. Telê,, hoje, não seria mais técnico, no máximo um comentarista esportivo, para talvez, elevar o baixíssimo nível dos programas comandados por Casagrande, Vampeta, Ricardinho, Noriega, Mano, Emerson Sheik, Fábio Sormani, Vitor Binder, Edilson, Neto entre tantos outros que “representam” nosso futebol, foi o que Muricy fez por alguns anos magistralmente.
Telê era bravo para caramba, ainda mais com quem ele acreditava. Os craques como Raí, Leonardo, Cerezo, Muller, Zetti – para ficar só no São Paulo – sofreram nas mãos do mestre, pois esse acreditava neles, porém, os que ele sabia que eram limitados, ele quase ignorava nos treinos, exigia de quem poderia entregar.
E se Telê estivesse vivo?
O mestre dificilmente estaria na ativa. Seria um amante do futebol, assistiria do futebol turco ao alemão, do chinês ao japonês, do australiano ao americano. Iria ser um grande crítico do atual momento, daria parabéns a Alemanha pelos 7X1 e conseguiria provar o porque o Brasil mereceu aquele placar, que vamos lembrar, não foi maior porque o técnico alemão pediu para os jogadores segurarem.
Telê, diferente do alemão, mandaria o time fazer mais, pois para ele, respeitar o adversário é jogar para frente e para fazer o máximo de gols possível. Ele no comando daquele time, o Brasil tomaria uns 15 ou 16 gols.
Se estivesse bem de saúde, hoje, beirando os 90 anos, com certeza, estaria presente em algum programa e sem papas na língua detonaria o atual futebol marqueteiro de celebridades que o futebol nacional virou! Detonaria esse monte de jogador que passa 5h fazendo uma tatuagem, mas não fica 5 minutos treinando fundamentos, ficaria louco com esses jogadores, ao estilo Lizieiro, que mais parecem Revista em Quadrinhos ambulante, seria um crítico ferrenho de cabelos de retardado que muitos usam, todos acompanhando a referência em moda, Neymarketing, a calopsita mimada que hoje temos como esperanças de um título mundial.
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