Ah que saudades do tempo em que o São Paulo tinha um técnico de verdade, um “certo Telê Santana”. Como era boa a expectativa da Libertadores em que sabíamos que o time entraria com sangue nos olhos e muita chance de vencer. Pouco importava a altitude ou o adversário, o São Paulo ia para cima. Os jogadores se doavam em campo, o time era bem treinado, bem montado, tinha craques que resolviam, era uma excelente época, antes das Redes Sociais, claro!
O São Paulo daquele tempo não se entregava fácil. Perdia jogos, claro, todos os times perdem, mas se era para cair, que fosse em pé. E ai se o Pintado não acompanhasse o atacante adversário, Telê era capaz de entrar em campo e tirar o volante, apelidado de “guerreiro” pelo time devido a sua vontade, no tapa. Hoje, Tchê-Tchê dá um pique de 5 metros, para, todos olham e Diniz faz o que? O mantém como titular.
Como era bom ver um meia como Raí armar o time. Ver Muller indo para cima. Era proibido o toque de lado e para trás. Posse de bola era valorizada, mas sempre trabalhada, jogadas rápidas de pé em pé, precisão nos chutes, laterais que iam a linha de fundo, defesa sólida, sistema de marcação eficiente. Telê não era um estrategista, mas sabia como poucos, posicionar o time e extrair o melhor de cada jogador. E era o treino à exaustão!
E hoje?
Hoje está fácil. Pablo não sabe dominar uma bola, mas o técnico passa a mão na cabeça dele, até porque, se não o fizer, o diretor faz e o técnico é o primeiro a ser demitido, afinal, formamos uma geração de jogadores isenta de culpa.
Perdem um jogo, a culpa é do técnico, do juiz, da bola que é muito redonda, do gramado que não está no Pantone de verde certo, no couro da chuteira que não veio da Itália, na torcida que chamou o time de pipoqueiro, no comentário ofensivo no Instagram, mas deles, que entram em campo e deveriam honrar a camisa, ah não, eles nunca tem culpa. Basta chorar para o diretor, que o técnico sai, vem outro e ele, garantido com salário astronômico por muitos anos.
Esperanças contra o River?
Claro que não! E por tudo acima escrito.
Se eu estivesse em 1992, sabendo que teria Zetti, Ronaldão, Pintado, Raí, Muller, Cafu e Palinha em campo, com Telê no banco, eu estaria confiante. Nem todos daquele time eram craques, mas compensavam com entrega! No time atual, não vemos entrega, mas é uma coleção de chuteiras, carros, frases motivacionais e tatuagens, que nunca havíamos visto antes.
Depois da derrota para o Binacional, time saco de pancadas da Libertadores e das péssimas atuações contra Santos, LDU, River e Internacional, qual esperança temos? O Diniz acredita que o São Paulo está pronto para o desafio, sério, eu queria ver o mesmo jogo que ele, até porque, ele se contenta em “vencer o 2o tempo”, mas mantém os “pé de rato” no time como Tchê-Tchê, Leo Pelé, Reinaldo e Vitor Bueno. Se a missão, com 11 em campo, já é complicada, imagina com 7 em campo, pois os acima citados, eu nem conto, ainda mais com o nosso lateral que não marca, não passa, não chuta, não cruza. O que ele faz? Piada! Isso ele é ótimo. Aliás, nesse quesito comédia, estamos indo muito bem!
Que os Deuses do futebol iluminem o Morumbi para que, no fim do ano, a mudança necessária ocorra, pois mais um ano de “time grande não cai” será bem chato!