Time grande não cai é o que a nossa brilhante torcida cantou quase que todo o campeonato brasileiro.
Esse ano, com a volta de Muricy, a mudança de comando do Leco e a vinda de uma nova mentalidade na figura do Crespo, assim como o retorno de Miranda, nos enchemos de esperança, mais uma vez, ledo engano.
O Campeonato Paulista deveria representar o fim de um incomodo jejum, mas não. Deveria mostrar que o São Paulo tinha voltado a ser grande, mas não.
Deveria ser um recado para os outros times: “estávamos feridos, mas não mortos, agora, voltaremos com tudo”, mas também não foi assim.
Deveria ser um ano diferente, um ano do retorno do São Paulo ao posto que sempre lhe pertenceu, a elite, a disputa de títulos.
Se vai ganhar ou não, é outra história, afinal, em 99,9% das finais de um campeonato, quem disputa tem 50% de chance de vencer, mas o São Paulino queria ver pelo menos o time em uma final; ficamos satisfeitos em 2019 – não felizes – quando disputamos com o Corinthians, perdemos na casa deles nos minutos finais do jogo, lutamos de igual para igual.
Caímos, é verdade, mas de pé!
Com honra e glória.
Era uma nova chance, Cuca estava de volta e com ele a esperança de dias melhores, uma vez que a cada ano que passa ele prova mais ser um dos melhores técnicos da atualidade.
O time era diferente, mas o comando de Leco permanecia. Cuca durou pouco, a esperança menos ainda e o São Paulo voltou ao que a torcida acostumou-se recentemente: um time de frouxos que passa os anos vendo os rivais comemorarem títulos importantes.
E nós? O título de time grande não cai.
Time grande não cai
Mas elenco ruim sim. Deixa o clubismo de lado, mas Internacional, Atlético-MG, Cruzeiro, Grêmio, Palmeiras, Vasco, Botafogo, Fluminense e Corinthians são times grandes sim.
O São Paulo tem mais títulos importantes, mas há de se respeitar a história de cada um.
Óbvio que, principalmente as 3 quedas para a série B, duas do Palmeiras e uma do Corinthians foram memoráveis para a história do futebol e irão render piadas eternamente; mas isso não tira o tamanho desses clubes.
Quem caiu foram os elencos e gestores desses times, fazendo péssimos trabalhos.
O Corinthians, por exemplo, sonhava na semana passada rebaixar o Grêmio para a Série B do Brasileirão por vingança de quando eles caíram, se esquecendo que o Corinthians teve 37 jogos para não cair, não culpe quem apenas deu um leve empurrão, já que até o precipício o Corinthians foi por mérito próprio.
Em meu Twitter (@plannerfelipe), logo após o vexame frente ao Grêmio no fim de semana, eu disse que “Time grande não cai, mas se o São Paulo perder para o Juventude, não venham colocar a culpa no Grêmio por uma possível queda”, afinal, quem ficou as 10 primeiras rodadas sem vencer foi o São Paulo, e nós, torcedores sofremos quase até o final por causa disso. Se de 30 pontos disputados, nas 10 primeiras rodadas, tivéssemos conquistado 18, estaríamos em uma situação melhor, mas conquistamos apenas 8. Esses 10 pontos a mais, nos colocariam hoje em 5o, a frente do Fortaleza.
Luciano, o salvador
O jogo diante ao Juventude era uma verdadeira final. O São Paulo, se perdesse teria que jogar a vida frente ao América com enormes riscos de ser rebaixado. Aos 5 minutos de jogo, gol de Luciano e aqui paro para mostrar um detalhe do porque critico tanto o Reinaldo.
Reparem que no gol de Luciano, Reinaldo recebe a bola. Há 3 jogadores tricolores na área e 2 defensores do Juventude, de uma forma bem espaçada até. Reinaldo chuta – porque ele não cruza – a bola na área , na cabeça da defesa, que afasta. Igor dá um toque de letra e Rigoni pega a bola, na área se inverte o quadro, há 4 zagueiros do Juventude e 2 jogadores do São Paulo, Rigoni coloca a bola na cabeça de Luciano, que faz 1X0 ao São Paulo.
Com mais de 40 mil torcedores no Morumbi, era obrigação do São Paulo jogar. Se time grande não cai, muito se deve a essa maravilhosa torcida, que mais à frente falarei sobre. Era meio óbvio que esse bando de vagabundo, com algumas exceções, correria e daria o sangue em campo, o que fizeram poucas vezes nas até aqui, 37 rodadas do campeonato.
O resultado vocês já sabem, vencemos por 3X1 com 2 de Luciano e um de Calleri, que por mais que a imprensa lhe dê o título de “artilheiro da era Rogério Ceni” e esse é o máximo que você vai ver de uma imprensa esportiva cada dia mais medíocre, com raras exceções que não se conta nos dedos das duas mãos.
Apesar de preferir muito mais o argentino ao perna de pau, do Pablo, é preciso dizer que ele não está jogando nem perto do que esperávamos, entretanto, é inegável que todas as vezes que o vejo em campo me lembro dos gols que Pablo perdeu frente ao Palmeiras na Libertadores, que poderia ter mudado a nossa história na competição e contra o Bragantino, o que poderia nos ter dado 3 pontos e nos ter deixado com mais folga na competição.
Não caímos, mas a mudança é necessária
Essa é uma verdade. Escrevi no meu último post sobre isso. O São Paulo não vai cair, nunca acreditei nisso, sempre achei que time grande não cai, mas é preciso de uma mudança drástica.
No fim do jogo, na ESPN, o excelente Eduardo Affonso, uma das raras exceções do jornalismo esportivo, disse que jogadores como Rojas, que já foi embora, Eder que deve rescindir o contrato na próxima semana e Galeano não ficam no São Paulo para 2022, o que já começa a ser um reforço para a temporada que vem por ai.
Altos salários a jogadores que merecem como Miranda, Arboleda, Calleri, Luciano, Rigoni – ai é uma opinião do Felipe – devem tirar outros jogadores do São Paulo. Igor Gomes e Lizieiro devem ser vendidos urgentemente. Tem mercado na Europa do mesmo tamanho da falta de vontade em jogar no São Paulo, ou seja, enorme. Reinaldo, o símbolo desse time fraco, covarde e ruim, além de ser o líder da panela, deveria ser o primeiro a ir embora.
Reinaldo poderia levar Igor Vinícius, Shaylon, Rodrigo, Orejuela, Benitez, Vitor Bueno, William e Pablo. Brincando, o São Paulo economizaria pelo menos 3 milhões de reais por mês com esses caras. Somando 13o, férias e premiações, em um ano, essa conta poderia passar dos 50 milhões de reais, o prêmio que o São Paulo poderia ter ganho vencendo o Brasileiro ou a Copa do Brasil, por exemplo.
A reformulação se faz necessária! Um time do tamanho do São Paulo não pode ficar refém de jogador vagabundo e mimadinho que só chorar que o empresário vem e resolve. Onde está agora, o empresário do Orejuela e Benitez que ajudaram a derrubar Crespo? Não precisou de mais do que 2 jogos para todos entenderem o óbvio, Crespo estava certo! Benitez, se mantiver o salário atual e renovar o empréstimo, da lista acima é o único que eu daria uma outra chance em 2022.
Ah, a nossa torcida
Sempre deixamos o melhor para o fim não é mesmo? Então farei o mesmo. A torcida do São Paulo, me desculpem o “francês técnico” mas é muito foda! Além de ter as mulheres mais lindas do mundo, a nossa torcida quando precisa está lá. Eu confesso queria ir mais aos jogos, mas a minha vida profissional é muito louca e nem sempre dá.
Contra o Juventude, queria ir, mas o CEO da empresa da qual sou diretor de marketing e branding, está em São Paulo, essa semana e por mais que ele também seja tricolor e por morar desde 2010 na Europa, há tempos não vai ao Morumbi, não foi possível sair há tempo para ir, mesmo o jogo sendo em um horário péssimo. O melhor é as 20h, acaba as 22h, não muito tarde e o pessoal não precisa sair correndo as 18h para chegar ao Morumbi as 19h, isso se chegar!
Mas voltando a torcida, foi épico ver mais de 40 mil pessoas no Morumbi em todos os jogos assim que liberado 100% de ocupação. Eu fui contra o Santos, pouco mais de 6 mil pessoas, foi triste, mas ver a torcida na arquibancada novamente empolga, emociona, nos faz sonhar com dias melhores, mas também me dá mais raiva de ver jogador vagabundo que não está nem ai para essa torcida maravilhosa que é a do tricolor.
Tem torcida que é um bando de louco, ok, mas nós somos uma nação, somos a mais apaixonada das torcidas. A imprensa tentou nos menosprezar, dizendo que só íamos “na boa” talvez porque esses medíocres jornalistas cresceram vendo o São Paulo só na boa, na era Telê, por isso, só íamos na boa, mas foi o Leco chegar, as coisas ficarem sombrias pelos lados do Morumbi que a torcida foi ao estádio torcer, empurrar e obviamente criticar!
Creditamos o não rebaixamento de 2013 a Muricy, o não rebaixamento de 2017 ao Profeta Hernanes, está na hora de creditarmos o não rebaixamento de 2021 a torcida. E que paremos por aqui com essa sem graça brincadeira de namorar com a série que pertence aos outros times, afinal, time grande não cai!