A estátua do Telê Santana demorou, mas finalmente ela veio. Com 30 anos de atraso, ela vem. E mais do que merecida, por tudo o que o mestre fez pelo nosso tricolor.
O São Paulo é um time gigante, mesmo que atualmente somos representados por um bando de jogador mimado e limitado, mas vale lembrar que nem mesmo Telê Santana é maior que o nosso tricolor paulista.
E vou mais além, citando outros grandes nomes que ajudaram o São Paulo a chegar a ser um time gigante, portanto, nem Telê, nem Rogério Ceni, Raí ou Muricy, Leônidas da Silva, Roberto Dias, Careca e tantos outros que passaram por aqui são maiores que a instituição São Paulo Futebol Clube.
Telê merece mais do que um livro, ele merece ser eternizado no São Paulo, pois foi pelas suas mãos que o tricolor mudou de patamar. Todos os acima citados mereciam um livro oficial do São Paulo; eu fiz a minha parte escrevendo o do mestre Telê, mas a ideia da estátua do Telê Santana, não é de hoje, pois me lembro de que, nas conversas sobre o livro, esse assunto já era pauta.
O São Paulo da era Telê
O São Paulo saiu de um time do Brasil, para um time do mundo! Fez com que o Brasil olhasse de outra forma para a Libertadores, algo que os Argentinos olhavam há mais tempo e por isso tem enorme hegemonia na competição.
Se hoje muitos times brasileiros dedicam seus esforços para chegar a Libertadores e no ano seguinte ganhar, não tenha a menor dúvida, de que o mestre tem muito a ver com isso.
O tricolor venceu mais de 30 títulos no período em que Telê nos comandou, claro, os mais emblemáticos foram o Brasileiro de 1991 e as Libertadores e Mundiais de 1992 e 1993.
Telê Santana é um dos maiores nomes, se não o maior, da história do São Paulo. Depois de uma primeira passagem curta em 1973, o técnico retornou ao Morumbi em 1990 – mesmo sob protestos de alguns diretores e da grande mídia esportiva – para fazer o trabalho mais longevo e vencedor que os tricolores já tiveram em todos os tempos. Foram 410 jogos ao todo no clube, com 197 vitórias, 122 empates e 91 derrotas, com mais de 30 títulos nacionais e internacionais.
Com o mestre no banco, e mais uma geração formada por Raí, Cerezo, Zetti, Cafu, Müller, Palinha e outros em campo, o São Paulo foi bicampeão da Libertadores e do Mundial (1992 e 1993), bicampeão paulista (1991 e 1992), campeão brasileiro (1991), bicampeão da Recopa Sul-Americana (1993 e 1994) e venceu também a Supercopa da Libertadores (1993).
A segunda passagem de Telê durou de outubro de 1990 até janeiro de 1996, quando o técnico precisou se afastar por problemas de saúde. Após a estreia do São Paulo no Paulistão de 96, o Mestre foi afastado para realizar uma bateria de exames no coração e nunca mais voltou ao clube. Chegou a treinar o Palmeiras por alguns dias, mas a saúde não permitiu e assim ele se aposentava dos gramados.
Telê morreu em 21 de Abril de 2006, vítima de múltipla falência de órgãos, mas deixou seu legado que vive até hoje no São Paulo.
17/06/1992: Que noite..
Você lembra como e onde estava naquele dia?? Eu, por exemplo, tinha 12 anos de idade e estava na minha casa, vendo o jogo ao lado do meu pai; minha mãe, que nunca gostou de futebol estava no quarto vendo TV ao lado da minha irmã mais nova.
Antes de começar o jogo, eu tremia muito! Misto de nervoso com o frio que fazia na cidade de São Paulo. Estava tenso, o tricolor precisava pelo menos fazer um gol para a disputa de pênaltis, já que no primeiro jogo, havíamos perdido por 1×0 para o time argentino. No final deu tudo certo e todos os meus amigos tricolores desceram no térreo para comemorar o título já na madrugada do dia 18. Dia seguinte na escola foi outra festa.
São mais de 22 milhões de histórias sobre esse dia, algumas comuns, outras bem engraçadas ou emocionantes. Comenta aqui a sua…
30 anos da Libertadores
O evento da 6a passada , realizado no Morumbi, contou com a participação de muitos daqueles jogadores comandados por Telê, como Antônio Carlos Zago, Elivelton, Ivan, Macedo, Marcos Bonequini, Palhinha, Ronaldo Luiz e Suélio. Outros, por compromissos profissionais não puderam estar presente, mas a festa valeu para relembrar aquela histórica noite, e foi nessa noite que confirmou-se a estátua do Telê Santana no Morumbi.
Eu, infelizmente por compromissos profissionais não pude estar no Morumbi, pois mesmo sendo uma emenda de feriado, eu tinha muitas entregas para fazer aos meus clientes, mas pelas Redes Sociais acompanhei um pouco da festa, graças a posts de pessoas que sigo nas Redes Sociais e que tem esse amor pelo tricolor em comum comigo.
Segundo relato de torcedores e imprensa, que lá estavam, a segunda partida da final, contra o Newell’s Old Boys, realizada no Morumbi em 17/06/1992, foi transmitida nos telões do estádio, para os sócios-torcedores que reservaram sua presença no evento, trazendo a emoção e nostalgia daquele mágico dia.
Nossa caminhada rumo ao título
Para ser campeão da Libertadores pela primeira vez, o São Paulo se classificou em um grupo que tinha Criciúma, Bolívar e San José. Lembrando que no primeiro jogo, o São Paulo entrou sem dar muita importância ao jogo e perdeu para o Criciúma por 3×0, o que no final foi ótimo.
Uma derrota nunca é boa, mas foi na volta daquele jogo, que Telê tomou a decisão de levar a Libertadores à sério, conversou com então presidente José Eduardo Mesquita Pimenta que lhe deu carta branca. Telê então começava a saga do tricolor pela competição internacional.
Esse passo, como dito acima, foi importante não apenas para o São Paulo, mas para todos os outros times. Os argentinos tinham mais paixão pela Libertadores e por anos dominaram a competição, no Brasil, o Campeonato Paulista era mais importante, Telê mudou isso e fez com que um sentimento de amor nascesse na torcida do São Paulo, sem dúvida, a mais apaixonada pela competição, e por isso, também a estátua do Telê Santana é mais do que merecida.
No mata-mata, o tricolor eliminou Nacional (Uruguai), Criciúma, Barcelona (Equador) e confirmou a conquista sobre o Newell’s, à época dirigido por Marcelo Bielsa, nos pênaltis, após vencermos o jogo no Morumbi por 1×0 com um gol de pênalti sofrido por Macedo – que tinha acabado de entrar em campo no lugar de Muller – e convertido pelo nosso capitão Raí.
Zetti, que defendeu a cobrança de Gamboa, foi um dos heróis daquela conquista, até hoje, se fecharmos os olhos podemos lembrar de Galvão Bueno gritando o nome do nosso goleiro, emocionado, após a defesa. Há uma lenda urbana de que nesse momento. Galvão teria chorado de emoção ao ver a festa da torcida tricolor que invadiu o gramado para festejar junto aos heróis daquela noite.
Prova que o Brasil não dava importância para a competição é que Galvão narrou os jogos pela CNT/Gazeta e não pela Globo, em um projeto que ele foi liberado pela emissora carioca para isso, apenas por essa noite, a estátua do Telê Santana já faria sentido; eu vou além, por mim, o nome do CT da Barra Funda seria CT Telê Santana desde 2006 quando o mestre nos deixou,.
A estátua do Telê Santana
Segundo o portal da ESPN“o mestre ganhará uma estátua em frente ao Morumbi, localizada ou no portão 1 ou no 2 da casa são-paulina. Os detalhes serão divulgados oficialmente em breve pelo clube, que guarda a sete chaves para não estragar a surpresa à torcida, que até hoje grita o nome do treinador e o homenageia com faixas nas arquibancadas”.
O São Paulo planeja a estátua do Telê Santana em frente ao estádio do Morumbi. A homenagem fará parte de uma série de celebrações pelos 30 anos do primeiro título da Libertadores conquistado pelo Tricolor, mais do que merecido, aliás, será que esses eventos poderão motivar os jogadores atuais? Difícil, mas não impossível, bom, ao menos Calleri mostra ter vontade disso.
O martelo ainda não foi batido sobre o local, mas as opções estudadas pela diretoria tricolor são os portões 1 e 2, os principais portões do estádio onde milhares de pessoas passam diariamente, não apenas em dias de jogo e poderão ver a estátua do mestre ali.
A estátua ficará dentro das dependências do estádio, na entrada de um dos portões citados. a ideia é que o monumento tenha tamanho real, ultrapassando apenas por pouco a altura do ex-treinador. A previsão é de cerca de 1,8 metro. O clube trabalha com a previsão de inauguração para setembro deste ano.
O legado de Telê
O hoje técnico Rogério Ceni começou sua carreira no time principal com o Mestre, na reserva do então titular Zetti. Lembrando que se Alexandre não tivesse falecido, esse o reserva imediato de Zetti, talvez o M1TO nunca tivesse existido, pois segundo Telê – e isso me dito pelo Moraci Santana e Zetti – Alexandre era superior a Zetti e Rogério Ceni.
Em 1994, Telê, em seu plano de aposentadoria em 1998, quis que o São Paulo trouxesse uma pessoa para que ele treinasse como seu substituto. O escolhido a dedo foi Muricy Ramalho, um ex-jogador tricolor que começava a carreira de técnico no México, onde tinha encerrado a carreira. Muricy foi a escolha de Telê entre vários, primeiro porque Telê havia treinado Muricy em 1973, depois, porque ele era formado no clube – chegou aos 8 anos de idade – e era tricolor de alma e coração.
A estátua do Telê Santana vem de forma atrasada, é verdade, mas é aquilo, antes tarde do que nunca!