Um técnico estrangeiro resolve é uma das perguntas que mais tenho visto no meu Twitter ultimamente, afinal, o sucesso de Jorge Jesus, no Flamengo, em 2019 e de Abel Ferreira no Palmeiras tem inflado esse debate.
Eu tenho a opinião de que nossos técnicos estão muito defasados. Para mim, apenas o Renato Gaúcho está acima dos atuais Mano Menezes, Dorival Jr, Diniz, Tite, Rogério Ceni, Jair Ventura, Wagner Mancini entre outros que poderia citar, mas acho que você querido leitor, ou querida leitora, já entendeu a mensagem.
Em meio a lista acima, sim, eu citei Rogério Ceni, o técnico que muitos confundem com o jogador. Vamos deixar uma coisa clara, eu tenho um enorme respeito ao goleiro Rogério, um M1TO, dentro de campo quase nenhuma crítica a quem nos representou e tem recordes atrás de recordes, além, claro de muitos títulos importantes, porém, quem me conhece, sabe que ele nunca foi meu ídolo no clube.
Ele é um ídolo do clube, para milhares de torcedores é um grande, se não, o maior ídolo, es está tudo certo com isso, respeito ao máximo, mas meus ídolos são: Raí, Zetti, Careca, Muller, Muricy Ramalho e Telê Santana.
Os outros jogadores, sou grato, respeito quem tenha eles como ídolo, menos quem tem o Reinaldo como ídolo, esses, não tem o meu respeito.
Rogério pode sofrer criticas sim!
Ídolo ou não, todos são passiveis de críticas. O técnico Rogério Ceni, quebrou a minha cara, eu imaginei que ele seria um técnico de ponta, em 2023, dizia isso em 2016 quando ele teve a sua primeira passagem no tricolor, pois é um cara que conhece futebol, mas quebrou a minha cara, ele está longe de ser um técnico de ponta, poderá ser um dia, mas esse dia vai demorar pelo menos uns 10 anos, pelo o que estamos vendo.
No Fortaleza, ele fez um trabalho excelente, não tem como falar mal, mas no Fortaleza a pressão é outra, os jogadores admiravam a história do cara, ele era o rei, como por muitos anos, no gol do tricolor, também o era; no Flamengo, com aquele time, até o Adilson Batista seria campeão, ainda mais em um campeonato que muitos times abriram mão, inclusive o nosso tricolor comandado pelo Diniz e lotado de mal caráter no elenco, que preferiu tirar o pé a deixar o técnico ser campeão, essa é a realidade do nosso futebol de mimados.
Longe de mim dizer que o Rogério Ceni é o único culpado por esse começo péssimo do tricolor. O time não tem padrão, não tem esquema, não tem jogada alguma. Nosso melhor jogador do ano passado, Calleri, não marcou um gol esse ano, também, para Ceni ele é mais um brigador com zagueiro do que goleador; jogadores que ele não pediu, não tem vez, como é o caso de Neves e Gallopo.
Uma coisa eu sempre disse sobre o técnico Rogério, seu maior inimigo é ele mesmo, a arrogância dele é algo, que como técnico não cabe, ele precisa mudar isso, ou não vai ser o técnico que muitos esperam, eu, por exemplo, em 2016 cravava ele na seleção na Copa de 2026, hoje, acho que nem na copa de 2034 ele será o técnico!
Os estrangeiros no tricolor
Vamos analisar o São Paulo dos últimos 15 anos, desde que a gente foi tri campeão com o grande Muricy. Em 2009, o São Paulo ainda chegou ao vice campeonato nacional, sob o comando de Ricardo Gomes, mas depois, foi complicado. Carpegiani, que vinha fazendo um bom trabalho no Vitória foi chamado pelos péssimos resultados de Gomes, não deu em nada.
Em 2011, veio Adilson Batista (acreditem!!!) e Leão, sem sucesso algum, e olha que em 2005, o Leão foi muito bem, campeão Paulista e montou o time que Autuori comandou para ganhar a América e mundo!
Ney Franco nos deu o último título internacional, ele veio credenciado por um trabalho muito bom na seleção de base do Brasil, mas depois do titulo da sulamericana, bateu de frente com Rogério e com ele, ninguém brinca, caiu.
Voltou Autuori, que em 2005 nos deu importantes títulos, quase nos levou a 2a divisão, foi quando finalmente, Muricy voltou para nos salvar, essa era a sua missão e o conseguiu, mas a saúde não o deixou dar sequencia.
Juan Carlos Osório veio, foi o primeiro técnico estrangeiro nessa leva pós tri nacional. O São Paulo vinha bem, mas uma proposta milionária da seleção do México o tirou no inicio do trabalho, Doriva teve a sua chance, não soube aproveitar, o que era a coisa mais previsível de acontecer.
O Argentino Bauza veio e com Denis no gol, Michel Bastos e Wesley em campo, nos levou a semi final da Libertadores, o melhor resultado que tivemos nessa competição desde 2006, quando chegamos a final e infelizmente perdemos para o Internacional-RS. André Jardine, que havia ganho tudo na base, foi promovido, ficou pouco tempo, o São Paulo resolveu trazer de volta Ricardo Gomes, ambos nada conseguiram no tricolor.
Rogério Ceni chegou, conseguiu 3 eliminações em 10 dias, foi demitido, veio Dorival Jr, nada de novo, nada de títulos, saiu veio Diego Aguirre, nos fez sonhar, nos colocou em primeiro lugar no Brasileirão, mas uma briga do Nenê selou a sua queda, de novo, os mimadinhos derrubaram o técnico por picuinha!
Cuca, era o cara!
Depois de um excelente trabalho no Galo, Cuca, para muitos era o melhor técnico do país. Eu, ainda o considero acima dos outros, abaixo do Renato. Assumiu sem assumir, algo comum na Europa, Wagner Mancini, que era auxiliar assumiu e levou o tricolor a final do Paulista, Cuca, quis assumir nesse momento, para ter mais um título, não deu, perdemos para o Corintians a final, Cuca durou pouco tempo até que veio Diniz.
Esse é uma incognita. Todos dizem que seus times jogam e forma diferente, posse de bola, correria, agredir o adversário, mas ele é instável. Uma briga com o “craque” Tchê-Tchê e o campeonato Brasileiro, que era do São Paulo caiu nas mãos do Flamengo de Rogério Ceni.
Crespo, que saudades!
Sim, eu gostava do trabalho dele. Ele pegou um São Paulo sem rumo, sem padrão, sem organização, tal como está hoje, mas um time com a moral muito baixa, esse, pelo menos, tem jogadores menos badalados que querem fazer a diferença.
Montou o esquema 3-5-2 foi ganhando, ganhando e nos deu um campeonato paulista, em cima do badalado Palmeiras de Abel Ferreira, um jogo incontestável, uma vitória como há muito não víamos, o tricolor gritava é campeão depois de 7 anos, desde 2012 com Ney Franco.
Era um título inédito, com a ascensão de Cotia, com Luan se tornando o xodó da torcida, com Rigoni jogando muita bola, até Igor Gomes jogava, mas Crespo barrou o dono do CT, um pilantra chamado Reinaldo, que se juntou com os mimadinhos de Cotia, como Lizieiro, Sara e Igor Gomes, preteridos pelos argentinos que jogavam e tinham mais vontade, Crespo caiu, os jogadores venceram, o Sao Paulo nada ganhou!
Rogério Ceni voltou, conseguiu nos manter na série A, em 2021, que Crespo não estava conseguindo por causa dos mimadinhos, mas derrubar Ceni, é algo muito difícil de ser feito, ele tem “costas quentes” no Morumbi. No levou a final do Paulista, até ganhamos o 1o jogo, com show de Calleri, mas no 2o jogo foi uma palhaçada e tomamos um vareio do Palmeiras, depois jogos ruins e para fechar o ano, a perda da Sulamericana não jogando nada, tomando um nó tático do poderoso Independente del Valle.
Um técnico estrangeiro resolve?
Os casos de sucesso de Jesus e Abel, deixam qualquer interessado em um técnico estrangeiro, mas vamos lembrar que apenas eles deram resultado. Vojvoda vem superando o Ceni no Fortaleza, é um intermediário, os outros, nem, todos tiveram sucesso.
O badalado Jorge Sampaoli, veio para o Galo e Santos, nada fez. Eduardo Coutet fez um bom trabalho no Inter e saiu para a Europa. Miguel Angel Ramirez, era a bola da vez, tinha ganho um titulo em 10 anos, foi para o Inter e não deu em nada! Jesualdo Ferreira, no Santos, vexame! Vitor Pereira, não ganhou nada no Cortinhians e tem tudo para repetir a dose no poderoso Flamengo.
O Santos tentou Ariel Holan, tiro na agua. Turco Mohamed, no Atlético Mineiro, outro que veio com muita grife e sem resultado. Luís Castro no Botafogo, Paulo Souza no Flamengo e Cacique Medina no Internacional. Não deixaram nenhuma saudades.
Esses são alguns exemplos, de que nem sempre técnico estrangeiro dá certo em um time brasileiro, temos muito mais erros do que acertos com eles, mas também é preciso dar um tempo de adaptação. O que Abel e Jesus fizeram é raro, o futebol brasileiro é diferente, a começar pela mentalidade dos mimadinhos jogadores e pelos dirigentes passarem a mão na cabeça deles, um futebol dominado por empresário, onde nem sempre o melhor joga, um futebol que a cultura de derrubar técnico é permitia e, de novo, dirigente – de todos os times – passam a mão, preferem ter meia dúzia de pé de rato a um técnico que pode mudar alguma coisa no time,
No São Paulo, contra dados nã há argumentos. Crespo, Bauza e Aguirre fizeram trabalhos muito bons, que se os dirigentes tivessem bancado eles, como bancam o Rogério e vendido as maças podres como Lizieiro, Nenê e Reinaldo, talvez, pudessem ter uma vida mais longa com títulos.
Rogério ajudou na limpa. Trouxe quem ele quis. Pediu pontas, tem, pediu zagueiros tem, pediu goleiro tem. Agora que ele tem todos os ingredientes, prefere fazer o bolo com velhas receitas, como Nestor, que definitivamente, não quer mais jogar no tricolor.
Rogério, das duas uma, ou você muda sua mentalidade e arrogância, ou por favor, um técnico estrangeiro assuma o tricolor, pois os que temos aqui, não mudará em nada o que Rogério tem feito…